quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Apostila Contrastados

Exames Radiológicos Contrastados
Nos exames simples de RX, algumas estruturas anatômicas são facilmente visualizadas devido à
opacidade dos tecidos. Exemplo: tecidos ósseos.
Outros órgãos apresentam densidade semelhante em toda estrutura anatômica, impedindo sua perfeita
visualização. Exemplo: rins, estômago, intestinos, cápsulas articulares, etc.
Para esses exames é necessário o uso de contrastes radiológicos, que são substâncias químicas que servem
para opacificar o interior de órgãos, que não são visíveis no RX simples.
Classificação:
- Os meios de contraste são classificados quanto à capacidade de absorção dos RX, composição
química, capacidade de dissolução e vias de administração.
Capacidade de absorver radiação:
- Positivos ou radiopacos: quando presentes em um órgão absorvem mais radiação que as
estruturas vizinhas.
- Negativos ou radiotransparentes: é o caso de ar e dos gases que permitem a passagem dos RX
mais facilmente servindo assim como contraste negativo. (ex: radiografias de duplo contraste,
ar e bário).
Composição:
- Iodados: são os que contem iodo (I) como elemento radiopaco em sua formula.
- Não iodados: não contem iodo, mas utiliza substâncias como bário (Ba SO4) ou gadolínio em
sua fórmula.
Podem ser:
- Hidrossolúveis: dissolve-se em água.
- Lipossolúveis: dissolve-se em lipídios (gordura).
- Insolúveis: não se dissolvem. Ex: sulfato de bário.
Vias de administração:
- Oral: quando o meio de contraste é ingerido pela boca.
- Parenteral: quando o meio de contraste é ministrado por vias endovenosas ou artérias.
- Endocavitário: quando o meio de contraste é ministrado por orifícios naturais que se
comunicam com o meio externo. (ex: uretra, reto, útero, etc).
- Intracavitário: quando o meio de contraste é ministrado via parede da cavidade em questão.
(ex: fístula).

Precauções, contra-indicações e efeitos colaterais no uso de contraste iodado.
Pacientes com maior potencial para apresentar alergias ou reações aos meios de contrastes são chamados
de hipersensíveis ao iodo. Por isso os médicos radiologistas prescrevem um tratamento prévio com antihistamínicos
e corticóides, para aumentar o grau de aceitação do organismo à droga.
Em todo exame contrastado que é necessário usar meio de contraste iodado, é imprescindível que o
paciente responda um questionário previamente preparado, que é encontrado em todos os departamentos
radiológicos, onde são feitas perguntas para analisar históricos alérgicos do mesmo.
As principais contra indicações para o uso desse meio de contraste são o hipertireoidismo manifesto e a
insuficiência renal.
Os efeitos colaterais mais freqüentes no uso dos iodados podem ser:
- Leves: sensação de calor e dor, eritema, náuseas e vômitos. Sendo que os dois últimos não são
considerados reações alérgicas.
- Moderados: urticária com ou sem prurido, tosse tipo irritativa, espirros, dispnéia leve,
calafrios, sudorese, lipotímia e cefaléia.
- Grave: edema periorbitário, dor torácica, dispnéia grave, taquicardia, hipotensão, cianose,
agitação, contusão e perda da consciência, podendo levar ao óbito.
Contra indicação no uso do Sulfato de Bário
Por ser um composto insolúvel, o sulfato de bário é contra indicado se houver qualquer chance de que
possa escapar para a cavidade peritoneal. Isso pode ocorrer através de vísceras perfuradas, ou no ato
cirúrgico se este suceder o procedimento radiológico.
Em qualquer dos dois casos, deve ser usado então contraste iodado ou hidrossolúvel, que podem ser
facilmente removidos por aspiração antes da cirurgia ou durante esta; por outro lado, se essas
substâncias passarem para a cavidade peritoneal, o organismo pode absorve-la facilmente.
Quanto ao sulfato de bário não será absorvido e deverá ser removido pelo cirurgião, de qualquer lugar
em que seja encontrado fora do canal alimentar.
Embora seja raro, já foi descrito pacientes hipersensíveis ao sulfato de bário, por isso todo paciente deve
ser observado quanto a quaisquer sinais de reação alérgica.

Estudo Radiológico do Trato Gastro-Intestinal

















Vamos estudar o aparelho gastro-intestinal numa seqüência em que se instalam no organismo, ou seja:
cavidade oral, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso, que termina com o ânus.
Todos os exames contrastados do TGI exigem acompanhamento do medico radiologista e uso do
seriógrafo com intensificador de imagens. A exceção é o exame de trânsito intestinal, que estudaremos
mais à frente.

COMO REALIZAR EXAMES CONTRASTADOS COM USO DE BÁRIO
Nos exames comuns de RX, observamos os contornos, alinhamentos, paralelismo e composição da
imagem numa harmonia que complete uma analise satisfatória sobre o exame. Também no caso dos
exames contrastados temos alguns itens que são de extrema importância para que o mesmo seja alvo de
um laudo e diagnostico preciso. São eles:
- Dados fornecidos pelo enchimento:
· Motilidade: se refere a relação entre o contraste e a parede do órgão ou seja, a própria
capacidade de movimento do órgão em questão. Ex: peristaltismo.
· Mobilidade: se refere as palpações radiológicas, mudanças de decúbito e manobras de
respiração.
· Elasticidade: refere-se ao aumento e diminuição do calibre do órgão em questão. Exs:
estenose, megacolon, etc.
- Dados fornecidos pelo relevo:
· Dobras da mucosa: enchimento das entrâncias e saliências.
· Curvaturas: maior e menor no estomago, colon no intestino e anéis esofágicos.
· Relações com órgãos visinhos: aderências e ectasia de tecidos.
· Saliências tumorais: presença de nichos ou depressões, caracterizando tumores ou
ulcerações, divertículos e poliposes.
Também devemos estar atentos para o biótipo do paciente para a realização dos exames contrastados do
T.G.I., pois este possui efeito sobre a localização dos órgãos GI dentro da cavidade abdominal, portanto
as classes de biotipo devem ser conhecidas e compreendidas:
- Hiperestênico: o tipo hiperestênico designa +ou- 5% da população, que são aqueles com a
constituição corporal grande, com tórax e o abdome muito largos e profundos de frente para trás.
Os pulmões são curtos e o diafragma é alto. O cólon transverso é muito alto, e todo o intestino
grosso estende-se até a periferia da cavidade abdominal.
A vesícula biliar (VB) tende a associar-se em localização ao bulbo duodenal e a região pilórica do
estômago. No hiperestênico, a vesícula biliar é alta e quase transversal, e situa-se bem à direita da
linha média. O estômago também encontra-se muito alto e assume uma posição transversal. Seu
nível estende-se desde aproximadamente de T9 até T13, com o centro do estômago cerca de 2,5 cm
distal ao processo xifóide. O bulbo duodenal está aproximadamente ao nível de T11 ou T12, à
direita da linha média.

- Hipoestênico / astênico: estes representam os biotipos opostos, que são mais magros e possuem
pulmões estreitos e mais longos com o diafragma baixo. Isso faz com que o intestino grosso situe-se
em posição muito baixa no abdome, que tem sua maior dimensão na região pélvica.
O estômago tem a forma de J e situa-se baixo no abdome, estendendo-se desde aproximadamente
T11 abaixo do nível das cristas ilíacas até aproximadamente L5 ou ainda mais baixo. A sua porção
vertical está à esquerda da linha média do nível de L3 ou L4. A vesícula biliar está próxima da
linha média ou ligeiramente à direita e logo acima, ou ao nível da crista ilíaca, ou
aproximadamente em L3-L4.
- Estênico: a constituição corporal média e o tipo estênico, uma versão maismagra da classificação
hiperestênico. O estômago também tem um formato parecido com um J e está localizado mais
baixo que o biotipo grande e geralmente estende-se desde o nível de T10 ou T11 até cerca de L2. O
bulbo duodenal está ao nível aproximado de L1-L2, à direita da linha média. A vesícula biliar é
menos transversal e situa-se a meio caminho entre a parede abdominal e a linha média. A flexura
cólica esquerda (esplênica) do intestino grosso freqüentemente é muito alta e apóia-se sob o
diafragma esquerdo.
Alem do biotipo, outros fatores que afetam o posicionamento do estômago incluem conteúdo gástrico,
respiração, posição do corpo (ortostática ou decúbito) e idade. A localização correta do estômago e de
outros órgãos para diferentes biótipos em várias posições virá com a prática de posicionamento.

Esofagografia:
- É o nome dado ao exame radiológico especifico da faringe e do esôfago.
- Este exame objetiva a obtenção de imagens desde a faringe até a porção abdominal do esôfago,
estudando a forma e a função da deglutição.
- Indicações: anomalias congênitas, câncer, corpos estranhos, varizes esofágicas, refluxo e
prolapso de ostiocardia.
- Com o paciente em ortostática pedimos que segure o copo de bário com a mão esquerda.
Através do seriógrafo localizamos a região a ser estudada.
- Posicionamento: AP, oblíqua anterior esquerda 20º á 45°.
- Solicita-se que o paciente tome um gole de bário e segure na boca, observa-se pelo seriógrafo a
região e peça que o paciente engula o bário, realizando a imagem ao ver a coluna de bário.
- Radiografa-se a porção cervical do esôfago, região onde também se localiza a faringe; a porção
torácica do esôfago, área compreendida abaixo da faringe até próximo da ostiocardia, sendo
esta a maior porção do esôfago; e por fim a porção abdominal do esôfago, onde se estuda a
passagem do contraste pela ostiocardia ou hiato esofágico, para o corpo do estômago.
- Filme usado: 35 x 35 divido em três para adultos.
18 x 24 divido em dois para crianças.
ANATOMIA DO ESÔFAGO E ESTOMAGO

E.E.D. ou Seriografia GI Alta:
O objetivo deste exame é estudar radiograficamente a forma e a função do esôfago distal,
estômago e duodeno, determinar condições anatômicas e funcionais anormais.
Preparo do paciente:
- O paciente deve ser orientado a permanecer em dieta zero a partir das 23:00 hs do dia anterior ao
exame, sendo esse exame realizado habitualmente pela manhã. Sólidos e líquidos devem ser
suspensos durante, no mínimo, 8 hs antes do exame. O paciente também é instruído a não fumar
ou mascar chicletes durante o período da dieta zero.
Ao receber o paciente, o técnico em radiologia, deve explicar cuidadosamente todos os
procedimentos a serem realizados, bem como fazer uma prévia anamnese, anotando os dados na
ficha do mesmo.
Indicações clínicas:
Algumas indicações clínicas para EED incluem:
- Úlceras pépticas - Hérnia de hiato - Gastrite crônica
- Tumores benignos ou malignos - Divertículos - Bezoar
Metodologia:
É dado ao paciente um gole de bário, acompanhado de ½ “Sonrisal”, este é administrado para
formar gases, apresentado o estômago em duplo contraste. É realizada então uma radiografia
panorâmica do estômago, com o paciente em D.D.
A seguir levanta-se a mesa basculante, deixando o paciente em ortostática, segue-se o mesmo
procedimento para esofagografia, radiografando todo o esôfago. Em seguida deve-se encher o
estômago com bário afim de estudar as curvaturas maior,menor, antro esofágico e bulbo gástrico.
Realiza-se outra radiografia panorâmica do estômago cheio de bário, após realiza-se uma série de
6 esposições devidamente divididas no seriógrafo, do antro-pilórico cheio e vazio e do arcoduodenal.
Visão radiográfica:
- Porções cervical, torácica e abdominal do esôfago.
- Ostiocárdia, curvaturas, dobras mucosas,
tubo gástrico, ostiopiloro duodeno, arco e
bulbo duodenal e flexura duodeno-jejunal.
Filmes usados:
- 1 filme 35 x 35 dividido em três.
- 2 filmes 24 x 30 para panorâmica.
- 1 filme 24 x 30 dividido em seis.

Trânsito intestinal:
Neste exame como foi dito antes, raramente é necessário a presença do radiologista.
O objetivo deste exame é visualizar o fluxo de contraste pelo intestino delgado, daí o nome de
transito intestinal.
O preparo do paciente é o mesmo prescrito para E.E.D.
Metodologia:
O paciente inicia tomando 200 ml de bário, sendo a primeira radiografia realizada 10 minutos
após a ingestão. A seguir é ministrado mais 200 ml de bário, sendo as radiografias posteriores
realizadas de 30 em 30 minutos, sempre com o paciente e decúbito ventral, até que se visualize a
válvula ileoceal, quando então o exame é dado por encerrado.
Este é o protocolo, porém algumas vezes o radiologista pode assumir posições obliquas e até
ortostáticas para definir o diagnóstico.
Visão radiográfica:
- Corpo do estômago.
- Passagem pela ostiopiloro.
- Enchimento do duodeno.
- Flexura duodeno-jejunal.
- Toda porção jejunal.
- Porção do íleo, até a visualização do início
do colo ascendente do intestino grosso.
Indicações clínicas:
- Enterites; estenose; megacolon; tumores;
pólipos; divertículos; etc.
- Filmes usados: 35 x 43 para panorâmica.
18 x 24 para válvula íleo-cecal.

ENEMA OPACO OU ENEMA BARITADO
É o estudo radiológico do intestino grosso.
Requer o uso de contraste para demonstrar o intestino groso e seus componentes.
Objetivo:
O objetivo do enema opaco é estudar radiologicamente a forma e a função do intestino grosso,
bem como detectar quaisquer condições anormais. Tanto o enema baritado com contraste simples
quanto com duplo contraste incluem um estudo de todo o intestino grosso.
Indicações clínicas:
As indicações clínicas do enema opaco incluem:
· Colite
· Diverticulose/Diverticulite
· Neoplasias
· Volvo
· Intussuspção
· Apendicite
É importante rever o prontuário ou histórico do paciente para determinar se o mesmo foi
submetido a uma sigmoidoscopia ou colonoscopia antes de realizar o exame. Se foi realizada uma
biopsia do cólon durantes estes procedimentos, a porção envolvida da parede do cólon pode estar
enfraquecida, o que pode levar a perfuração durante o exame. O médico radiologista deve ser
informado desta situação antes do início do exame.
Preparo do paciente:
O preparo do paciente para um enema opaco é mais complicado que o preparo para o estômago e
intestino delgado. Entretanto o objetivo final é o mesmo. A porção do canal alimentar a ser
examinada deve estar vazia, a limpeza completa de todo o intestino grosso é de extrema
importância para o estudo contrastado satisfatório do intestino grosso.
Para obter melhores resultados, os procedimentos de limpeza intestinal são especificados em
folhetos com instruções aos pacientes, quando acontece o agendamento para a realização do
exame.
Deve ser enfatizada ao paciente a importância do intestino limpo para realizar o enema opaco,
pois o material fecal retido pode encobrir a anatomia normal ou fornecer falsa informação
diagnóstica, devendo o exame ser remarcado após preparo adequado.

Metodologia:
Antes do início do exame explicar detalhadamente ao paciente os procedimentos que serão realizados.
O paciente é instruído a remover toda a roupa, incluindo sapatos e meias e vestir um roupão hospitalar
apropriado, com abertura e fitas nas costas.
Antes da introdução da sonda retal, deve ser feita a anamnese, e o exame dever ser cuidadosamente
explicado. Como a cooperação do paciente é essencial e o exame pode ser embaraçante, deve-se tentar ao
máximo tranqüiliza-lo a cada estágio do exame. Realiza-se a radiografia simples do abdome e apresenta
para o radiologista.
Para a introdução da sonda, coloca-se o paciente na posição de Sims, onde o paciente é colocado em
decúbito lateral esquerdo, inclinando-se bem para a frente. A perna direita é fletida no joelho e no
quadril, e colocada na frente da perna esquerda. O joelho esquerdo deve estar confortavelmente fletido.
Esta posição relaxa os músculos abdominais e diminui a pressão dentro do abdome.
Durante o procedimento, cada fase da introdução do tubo retal deve ser explicada ao paciente.
Para introduzir a sonda, ajustar a abertura do roupão do paciente para expor somente a região anal, o
restante do corpo deve estar bem coberto. Proteger o pudor do paciente o máximo possível durante o
exame. A sonda NUNCA deve ser forçada, pois pode causar lesão no paciente, ela deve entrar de maneira
suave, após ser lubrificada, geralmente com Xylocaina gel. A introdução total da sonda não deve exceder
4 a 5 cm para evitar possível lesão da parede do reto. Deve-se fixar a sonda com esparadrapo antialérgico
a fim de evitar que saia, quando o paciente se movimentar. Após introdução da sonda coloca-se o
paciente em decúbito ventral, ligeiramente obliquado à direita, em posição de Trendelemburg leve,
iniciando-se a instilação do bário previamente preparado.
1 – Enema opaco com contraste simples:
Este exame utiliza apenas contraste positivo. Na maioria dos casos, o contraste é o sulfato de bário
em mistura fina.
Ocasionalmente, o contraste de bário deverá ser substituído por uma substância hidrossolúvel. Ex:
Caso o paciente vá ser submetido à cirurgia após o exame; ou enema opaco de recém-nascido.
2 – Enema opaco com duplo contraste:
Neste caso além do sulfato de bário também é introduzido ar no intestino grosso.
É essencial que o intestino esteja absolutamente limpo. Este exame é realizado em dois estágios:
Após a coluna de bário alcançar toda extensão do intestino grosso, instila-se ar no intestino, a
seguir solicita-se que o paciente vá ao banheiro e evacue o máximo de bário possível. No segundo
estagio insuflar o intestino com uma grande quantidade de ar, que desloca a principal coluna de
bário para a frente, deixando apenas o bário aderido à mucosa.
Estas etapas são realizadas sob controle fluroscópico, pois não se pode permitir que a coluna de ar
entre na frente da coluna de bário.

Visualização Radiográfica
Visualiza-se o
reto e sigmóide,
colon
descendente,
flexura cólica
esquerda
(esplênica),
colon
transverso,
flexura cólica
direita
(hepática),
colon
ascendente e
ceco. Algumas
vezes
visualizamos
também o
apêndice
(processo
vermiforme).
Incidências básicas.
- OAD
- OAE
- Panorâmica decúbito dorsal (PA) - Panorâmica decúbito ventral (AP)
- Lateral do reto - Axial (inclinação do tubo 30º caldal)
- Panorâmica (PA/AP) pós-evacuação - Filmes usados: 3 – 35 x 43 e 4 – 24 x 30

EXAMES CONTRASTADOS DO
SISTEMA URINÁRIO E OUTROS

SISTEMA URINÁRIO
RIM, URETER E BEXIGA
A radiografia simples do abdome, mostra muito pouco do sistema urinário. Os contornos grosseiros dos
rins geralmente são mostrados devido à cápsula de gordura que os circunda.
Em geral, o sistema urinário funde-se às outras estruturas de tecidos moles da cavidade abdominal, assim
exigindo meio de contraste para sua perfeita visualização.
UROGRAFIA:
O exame radiológico do sistema urinário é, em geral, denominado urografia. O prefixo uro designa uma
relação com a urina ou com o trato urinário.
MEIOS DE CONTRASTES:
Os dois principais tipos de meios de contrastes usados em urologia são os iônicos e os aniônicos ou nãoiônicos.
As estruturas químicas dos dois tipos diferem-se um pouco e comportam-se de forma distinta no
organismo.
Contraste iodado iônico:
Durante muitos anos, os pacientes receberam um tipo de meio de contraste iodado, orgânico, denominado
iônico. Este agente de contraste contém iodo como elemento opacificante, e outros componentes químicos
para criar uma molécula complexa. Esses elementos geralmente são o sódio ou meglumina, ou uma
combinação dos dois, que é um elemento de cadeia carregado que chamamos de cátion.
O cátion é combinado a um componente negativamente carregado denominado ânion, que são o
diatrizoato e o iotamalato, que ajudam a estabilizar o meio de contraste.
Contraste iodado não-iônico:
No final da década de 1960, foi desenvolvida uma nova geração de meios de contraste que também possui
iodo necessário para a opacificação, mas que não contém cátions positivamente carregados.Sendo que o
cátion quando carregado é o maior fator de reações mais pronunciadas.
Efeitos colaterais comuns:

Os efeitos colaterais ocorrem em muitos pacientes como um resultado previsto ao meio de contraste
iodado injetado. São breves e autolimitados.
Dois efeitos colaterais comuns após a injeção intravenosa são calor temporário e gosto metálico na boca.
Tanto o primeiro, particularmente na face, quanto o segundo geralmente cessam logo.Por isso, que ao
fazermos a anamnese, devemos alertar o paciente para os possíveis efeitos após a injeção do meio de
contraste, explicando cuidadosamente os procedimentos antes, durante e após o exame, ajudando a
reduzir a ansiedade do paciente.
Anamnese do paciente : Uma anamnese cuidadosa pode servir para alertar a equipe médica para uma
possível reação. Pacientes com uma história de alergia possuem maior tendência a apresentarem reações
adversas ao meio de contraste que aqueles que não são alérgicos. Além do questionário respondido
previamente pelo paciente, o técnico em radiologia deve fazer estas perguntas antes de iniciar o exame :
- Você é alérgico a algo?
- Já apresentou febre do feno, asma ou urticária?
- È alérgico a quaisquer drogas ou medicamentos?
- È alérgico a iodo?
- È alérgico a frutos do mar oumexilhões?
- È alérgico a outros alimentos?
- Já foi submetido a exame radiológico que exigisse uma injeção em artéria ou veia?
Uma resposta positiva a qualquer uma dessas perguntas nos previne para uma maior possibilidade de
reação.
Como uma reação ao meio de contraste é possível e imprevisível, na sala de exames deve sempre haver
um carrinho de emergência totalmente abastecido facilmente disponível sempre que for feita uma injeção
intravenosa de contraste. Além do medicamento de emergência, o carrinho deve conter material para
ressuscitação cardiopulmonar , oxigênio, aparelho de aspiração, desfibrilador, monitor, etc.
Como vimos anteriormente às reações podem ser leves, moderadas ou graves. Após uma injeção
intravenosa de meio de contraste nunca devemos deixar o paciente sozinho. O médico radiologista deve
ser chamado imediatamente no caso de qualquer reação moderada ou intença.

UROGRAFIA EXCRETORA - UROGRAFIA INTRAVENOSA
Este é o exame radiológico mais comum do sistema urinário, onde visualizamos os pequenos e grandes
cálices, pelves renais, ureteres e bexiga.
Objetivo
Visualizar a porção coletora do sistema urinário.
Avaliar a capacidade funcional dos rins.
Indicações clínicas:
Massa abdominal ou pélvica.
Cálculos renais ou ureterais.
Traumatismo renal.
Dor no flanco.
Hematúria ou sangue na urina.
Hipertensão.
Insuficiência renal.
Infecções do trato urinário ( ITU ).
Preparo do paciente:
O preparo do paciente para urografia é semelhante ao do enema opaco, isto é o trato intestinal deve estar
livre de gases e material fecal, para a perfeita visualização do trato urinário devidamente contrastado.
Como já foi dito antes devemos fazer a anamnese do paciente, fazer as perguntas de praxe, pedir ao
paciente que troque sua roupa por avental apropriado. Devemos pedir ao paciente que urine antes de
iniciarmos o exame, por duas razões:
A bexiga cheia demais poderia romper-se, principalmente se for aplicada compressão no início do exame.
A urina já presente na bexiga dilui o meio de contraste.
PROCEDIMENTO:
Com o paciente em decúbito dorsal realizamos uma radiografia em ap panorâmica do abdome e
apresentamos ao radiologista para avaliação e liberação para a injeção do meio de contraste.
Após 3 minutos da injeção de contraste realizaremos uma radiografia localizada dos rins, procedendo
então a compressão uretral, que é feita com dispositivo próprio. Ainda com uso do compressor
realizaremos outra radiografia localizada dos rins após 5 minutos e após 10 minutos da injeção de
contraste. Após 15 minutos da injeção soltaremos a compressão e realizaremos uma radiografia
panorâmica do abdome. Realiza-se então uma radiografia de bexiga cheia e outra pós-miccional. Este
seria um procedimento padrão para um exame de urografia excretora, porém depende do departamento
e do médico radiologista outras rotinas.

Incidências:AP – Panorâmica
AP – Loc. Rins
AP – Loc. Bexiga
solicitadas.
Filmes:
35 x 43
24 x 30
18 x 24
Existem determinadas condições que é contra indicado o uso de compressão uretral, que incluem:
1 – possíveis cálculos ureterais;
2 – massa abdominal;
3 – aneurisma da aorta abdominal;
4 – cirurgia abdominal recente;
5 – traumatismo agudo do abdome.
Nesses casos, usamos a posição de Treudelemburg com alternativa, que nos fornecerá alguns resultados
que o procedimento de compressão, sem tanto risco para o paciente.

UROGRAFIA RETROGRADA OU PIELOGRAFIA
Ao contrário da urografia excretora, este é um exame não-funcional do sistema urinário. É realizado
através de cateter uretral, feito previamente pelo urologista.
PROCEDIMENTO:
Geralmente é realizado em centro cirúrgico, onde o urologista, após sedação ou anestesia do paciente,
introduz um cistoscopio através da uretra até a bexiga. Após examinada a bexiga, o urologista introduz
cateteres uretrais em um ou ambos ureteres. Após o ceteterismo, é feito uma radiografia simples, que
serve para que o técnico em radiologia verifique técnica e posicionamento, e também para o urologista
cheque o posicionamento do cateter.
A 2ª radiografia é feita após o urologista injetar de 3 a 5 ml de contraste iodado diretamente na pelve
renal, sendo que o mesmo vai determinar a hora exata da exposição.
A 3ª e última radiografia na série habitual é feita quando o urologista retira o cateter e simultaneamente
injeta o contraste. Incidência – AP / Filmes – 35 x 43.
CISTOGRAFIA RETROGRADA
Este também é um exame não funcional é o exame radiológico da bexiga.
PROCEDIMENTO:
Não há preparo específico do paciente, devemos pedir ao paciente que esvazie a bexiga antes de
passarmos a sonda vesical. Depois do cateterismo vesical de rotina sob condições assépticas, geralmente
realizado pelo técnico ou auxiliar de enfermagem, a bexiga é antão cheia com contraste diluído em soro
fisiológico. Deve-se deixar que o contraste flua apenas pela ação da gravidade. Nunca se deve ter pressa e
tentar introduzir o contraste sob pressão, pois pode haver ruptura da bexiga com o uso de pressão
desnecessária.
Após a bexiga cheia, que pode exigir de 15 a 500 ml, serão realizadas radiografias de rotina em AP com
inclinação caudal de 15°, obliqua direita e obliqua esquerda. Filmes: 24 x 30.

CISTOURETROGRAFIAMICCIONAL
As radiografias miccionais podem ser feitas após a cistografia da rotina, o que transforma esse exame em
um estudo funcional da bexiga e uretra.
As indicações clínicas mais comuns são: traumatismo ou perda involuntária da urina.
PROCEDIMENTO:
Após os procedimentos da cistografia, coloca-se o paciente em ortostática e pede para o mesmo urinar,
fazendo exposição em OPD e OPE em 30° para o homem e em AP e leve obliqua para mulher. Filmes: 24
x 30.
URETROCISTOGRAFIA RETROGRADA E MICCIONAL
Este exame é realizado no paciente do sexo masculino para demonstrar todo o comprimento da uretra.
PROCEDIMENTO:
A injeção do meio de contraste é feita através de um dispositivo específico denominado Clampe de
Brodney, que é fixado ao pênis distal. Posiciona-se o paciente em obliqua posterior direita a +ou- 30°,
centra-se o R.C. Na síntese púbica. Introduz-se a ponta da seringa na uretra distal e procede-se a injeção.
Radiografa-se então após o início da injeção de contraste para pesar o contraste enchendo amplamente a
uretra. Faz-se também um posicionamento em obliqua anterior esquerda. Após completa-se o
enchimento da bexiga, retira-se o Clampe e com o paciente em ortostática.
Realiza-se as radiografias miccionais.
Nos casos de cistouretrografia e uretrografia realiza-se um AP após o paciente eliminar todo o contraste
da bexiga (pós miccional). Filmes: 24 x 30.

Colangiografia intra-operatória:
Como o próprio nome já diz é um exame realizado
durante cirurgia, geralmente durante uma
colecistectomia. O cirurgião pode suspeitar de
cálculos residuais localizados em um dos ductos
biliares. Após a remoção da vesícula biliar, um
pequeno cateter é introduzido na porção
remanescente do ducto cístico. É injetado meio de
contraste iodado, e são feitas radiografias
convencionais. Na maioria dos casos é exigido o
uso de aparelho portátil com elevado mA e uso de
grade difusora. Alguns cirurgiões preferem o uso
do intensificador de imagens ou arco-cirurgico,
para produzir imagens em tempo real dos ductos
durante a injeção do meio de contraste.
Objetivo:
As colangiografias operatórias são realizadas
para:
1• Revelar quaisquer colelitos não detectados
previamente( objetivo primário)
2• Determinar o estado funcional da ampola hepatopancreática.
3• Demonstrar pequenas lesões, estreitamentos ou dilatações dentro dos ductos biliares.
Estruturas visualizadas:
• Sistemas de ductos biliares, drenagem para o duodeno e quaisquer cálculos biliares residuais.
Posição do paciente e da parte:
• Paciente em decúbito dorsal sobre a mesa de cirurgia.
• Comunicar-se com a equipe cirúrgica sobre posição do paciente, posicionamento do filme e localização
do RC.
• DfoFi mínima de 102 cm.
• Colimar para aproximar as bordas do filme.
• A exposição é feita após o cirurgião injetar o meio de contraste e o anestesista interromper o movimento
respiratório do paciente.
Nota: Sempre que possível, realizar uma radiografia simples antes do início da cirurgia.
Critérios de avaliação:
• É demonstrado todo o sistema de ductos biliares preenchidos por meio de contrastes.
• Não há evidência de movimento na radiografia.
• Emprego de técnica apropriada para visualizar o sistema de ductos biliares.

Mielografia
Objetivo:
A mielografia é o estudo radiológico da medula espinhal e de suas raízes
nervosas que utiliza um meio de contraste.
A medula espinhal e as raízes nervosas são delimitadas injetando um
meio de contraste no espaço subaracnóide. O formato e o contorno do
meio de contraste são avaliados para detectar possível patologia. Como
a maioria das patologias ocorre nas regiões lombar e cervical, é mais
comum a realização de mielografias destas áreas.
Indicações:
A mielografia é realizada quando os sintomas do paciente indicam a
presença de uma lesão que pode estar presente dentro do canalmedular
ou salientando-se para o interior do canal. Se isso acontecer o paciente
terá sintomas que podem incluir dor e dormência, freqüentemente nos membros superiores ou inferiores.
As lesões mais comuns demonstradas incluem núcleo pulposo herniado (NPH ), tumores cancerosos ou
benignos, cistos e ( no caso de traumatismo ) possíveis fragmentos ósseos.
No caso de uma lesão, a mielografia serve para identificar a extensão, o tamanho e o nível da patologia.
Outro aspecto importante nesse exame é a identificação de múltiplas lesões.
O achado patológico mais comum da mielografia é HNP( herniação do núcleo pulposo do disco
intervertebral ).
Contra-Indicações:
O exame é contra-indicado quando há sangue no liquido cerebroespinhal ( LCE ), aracnóide
( inflamação da membrana aracnóide ), aumento da pressão intracraniana, ou uma punção lombar recente
( realizada duas semanas antes do exame atual ).
A presença de sangue no LCE indica provável irritação no canal medular que pode se agravar pelo meio
de contraste. É contra-indicado no caso de aracnóide porque o meio de contraste pode aumentar a
intensidade da inflamação. Em casos de elevação intracraniana, a punção do espaço subaracnóide
durante o posicionamento da agulha pode causar graves complicações ao paciente quando a pressão
iguala-se entre as áreas do cérebro e da medula espinhal. Já a realização do exame em um paciente
submetido a uma punção lombar recente pode resultar no extravasamento do meio de contraste para
fora do espaço subaracnóide através do orifício deixado pela punção anterior.
Preparo do paciente:
Geralmente em exames desse tipo os pacientes se mostram apreensivos, em alguns casos é administrado,
uma hora antes do inicio do exame, um sedativo/relaxante muscular injetável, com indicação do
radiologista que irá realizar o procedimento.
Antes do exame, todo o procedimento e possíveis complicações devem ser explicados ao paciente pelo
médico, e o paciente deve assinar um consentimento informado.

Equipamento principal:
É necessário uma sala de radiologia/fluoroscopia com mesa basculante a 90º/15º, apoio para os pés e
suporte para os ombros ou apoio para as mãos. Pois o exame pode exigir inclinação do paciente em
Trendelemburg e a realização das radiografias é feita com o paciente em semi-ortostática.
Punção:
A introdução do meio de contraste para mielografia é realizada através de uma punção do espaço
subaracnóide. Geralmente há duas localizações para o local da punção; as áreas lombar (L 3-4) e cervical
(C 1-2 ). Sendo que a área lombar é considerada a mais segura, mais fácil e a mais comumente usada
para o procedimento. A punção cervical é indicada se a área lombar for contra-indicada, ou se a
patologia indicar um bloqueio completo do canal vertebral acima da área lombar que obstrua o fluxo do
meio de contraste para a região medular superior.
Após a seleção do local de punção, o radiologista pode submeter o paciente à fluoroscopia a fim de
facilitar o posicionamento da agulha.O posicionamento para a punção lombar pode ser com o paciente
sentado em ortostática ou em uma posição lateral esquerda com a coluna vertebral fletida. A flexão da
coluna vertebral alarga o espaço interespinhoso, o que facilita a introdução da agulha de punção. O
mesmo valendo para a posição em ortostática, onde o paciente deve fletir a coluna.
O local da punção deve ser limpo com o uso de solução anti-séptica, sendo então seca com gaze estéril e
coberta com um campo fenestrado (um campo com abertura central). O anestésico local é administrado
utilizando-se uma seringa de 5cc com agulha de 22g ou 25g. Com a área anestesiada, a agulha de punção
lombar é introduzida através da pele e dos tecidos subjacentes até o espaço subaracnóide.
A localização da agulha no espaço subaracnóide é verificada por um fluxo contínuo de líquido
cerebroespinhal (LCE) que geralmente flui através da agulha. Uma amostra de LCE é colhida e enviada
ao laboratório para análise. A quantidade colhida é ditada pela necessidade dos testes laboratoriais
solicitados. Após colher o LCE, a agulha de punção é deixada no lugar para a injeção do meio de
contraste, que é injetado no espaço subaracnóide, utilizando-se uma seringa de 20cc. Ao término da
injeção, a agulha é removida, aplica-se um curativo no local. Após esses procedimentos são iniciadas a
seriografia fluoroscópica e as radiografias convencionais na mesa.
Meio de contraste:
O melhor tipo meio de contraste para mielografia é aquele que se mistura bem com o líquido
cerebroespinhal, facilmente absorvido, atóxico, inerte (não reativo), e tem boa radiopacidade. Nenhum
tipo de meio de contraste atende a todos os critérios citados anteriormente. No passado, foram usados ar
ou gás (radiotransparente) e meio iodado oleoso (radiopaco). Atualmente são usados meios iodados
hidrossolúveis, iônicos ou aniônicos.
Os meios de contraste hidrossolúveis proporcionam excelente visualização das raízes da calda eqüina; são
facilmente absorvidos pelo sistema vascular; e são excretados pelos rins. A absorção começa
aproximadamente 30 minutos após a injeção com boa radiopacidade até cerca de 1 hora depois da
injeção. Após 4 à 5 horas, o meio de contraste apresentará um efeito radiológico turvo, e é
radiologicamente indetectável após 24 horas.
Rotinas de posicionamento:
Durante a fluoroscopia, a mesa (e o paciente) é inclinada para a posição de Trendelemburg. Isso facilita o
fluxo do meio de contraste para a área a ser examinada. Sob controle fluoroscópico, após o meio de
contraste ter atingido a área desejada, inicia-se a documentação radiográfica.
São realizadas em Ap; Pa; P; e Oblíquas. Usamos para documentação filmes 24x30c
Procedimentos de Artrografia
Introdução:
A artografia é o estudo contrastado das articulações sinoviais e estruturas de tecidos moles relacionadas.
As articulações que podem ser examinadas por este procedimento incluem as do quadril, joelho,
tornozelo, ombro, cotovelo, punho e temporomandibular.
Deve ser observado que, embora alguns médicos recomendem a artrografia como método de
escolha para exame da articulação do joelho ou do ombro, outros preferem a ressonância magnética
(RM) para avaliar estas articulações.
Ao considerar a artrografia como um todo, a técnica de exame é semelhante para todas as
articulações, e as variações são basicamente devidas a diferenças anatômicas.
As articulações do ombro e do joelho são as mais comuns dos exames de articulações solicitados,
portanto vamos descrever somente a artrografia do joelho como exemplo.
Artrografia do joelho
Objetivo:
A artrografia do joelho é realizada para demonstrar e avaliar patologias das articulações do joelho e
estruturas de tecidos moles associados. As estruturas de maior interesse incluem a cápsula articular,
meniscos, os ligamentos laterais e cruzados basicamente.Estas estruturas são visualizadas após introdução
de um meio de contraste na cápsula articular com seriografia fluoroscópica e ou imagens radiológicas de
rotina, utilizadas para registrar uma imagem permanente.
Indicações:
Esse exame é indicado quando a suspeita de rupturas da cápsula articular, dos meniscos ou dos
ligamentos. O joelho é uma articulação submetida a considerável estresse, principalmente durante as
atividades esportivas. Portanto, grande parte da patologia observada nele é causada por traumatismo.
Há também patologias atraumáticas, um exemplo é o cisto de Baker, que se comunica com a cápsula
articular na área poplítea.
Contra-indicações:
Em geral, a artrografia de qualquer articulação é contra-indicada quando se sabe que o paciente é
alérgico ao meio de contraste iodado ou a anestésicos locais.
Preparo do paciente:
Qualquer procedimento artrográfico deve ser explicado detalhadamente ao paciente antes do
prosseguimento do exame para evitar ansiedade desnecessária. O paciente deve ser advertido sobre
qualquer complicação e deve assinar consentimento esclarecido.
Qualquer procedimento de artrografia usa basicamente a mesma bandeja de materiais, que contém:
• Bandeja descartável ou de inox.
• Esponjas preparadas com solução anti-séptica (Ex: Polvidine). Esponjas de gaze.
• Um campo fenestrado.
• Uma seringa de 50cc e duas de 10cc. Várias agulhas hipodérmicas calibres 18, 20, 21 e 25.
• Um conector flexível, luvas estéreis, solução anti-séptica, ampola de 5ml de anestésico local.
• Aparelho de barbear, meio de contraste e atadura de crepe com 5 a 7,5cm de largura.

O local da punção é preparado fazendo-se a tricotomia da área com o aparelho de barbear, limpa-se o
local com a esponja preparada e bacia contendo a solução anti-séptica. A área é seca com esponja de
gazes e coberta com o campo fenestrado. O meio de contraste é aspirado (cerca de 5cc) com a seringa de
10cc e agulha calibre 18. O médico injeta o anestésico local na pele, nos tecidos subjacentes e na cápsula
articular, usando seringa de 10cc com uma agulha calibre 21 ou 25.
Punção:
Pode ser usada uma abordagem retropatelar, leteral ou medial durante o posicionamento da agulha.
Com o local preparado, coberto e anestesiado, o médico introduz agulha de calibre 20, montada
em uma seringa de 10cc, através da pele e tecidos subjacentes até o espaço articular. Todo o líquido
articular é aspirado. Se tiver aparência normal (isto é, límpido e tingido de amarelo), pode ser
desprezado. Se a aparência for turva deve ser enviado ao laboratório para análise.
Com todo o líquido aspirado, o meio de contraste positivo (colhido previamente) é injetado na
articulação através da agulha de calibre 20, que foi deixada no local para a injeção. A seringa de 50cc é
usada para a injeção de meio de contraste negativo (ar), para apresentar duplo contraste.
Meio de Contraste:
A artrografia do joelho é realizada utilizando-se um meio de contraste radiopaco (positivo) e um meio de
contraste radiotransparente (negativo), onde é usado uma pequena quantidade de contraste positivo
(aproximadamente de 7 a 5 ml), juntamente com 20 cc de contraste negativo tal como dióxido de carbono,
oxigênio ou ar ambiente.
Com o meio de contraste injetado, o joelho é delicadamente fletido, o que produz em revestimento fino,
uniforme das estruturas de tecidos moles pelo meio de contraste positivo.
Obtenção das imagens radiográficas:
Geralmente é usada a radiografia fluoroscópica. O equipamento acessório é mínimo e usamos dois
chassis de 18 x 24 e fazemos séries de 6 imagens mediais e laterais.
A fluoroscopia é o método mais comum empregado para imagens e requer que o tubo fluoroscópio
possua um pequeno ponto focal, para fornecer os detalhes necessários à visualização adequada dos
membros.
Durante a fluorografia, o radiologista faz uma série de incidências rigorosamente colimada em cada
menisco, rodando a perna cerca de 20 graus entre cada posição.
Critérios de avaliação:
Cada menisco deve ser claramente visualizado em perfis variáveis em cada uma das seis áreas expostas
do filme. Podem ser necessárias outras exposições para demonstrar patologia.
O menisco visualizado deve estar no centro do campo colimado.
As radiografias devem ser apropriadamente identificados comM (medial) e L (lateral).
Incidências convencionais na mesa:
Além das seriografias, geralmente são incluídas imagens AP e Perfil de rotina de todo o joelho.
As radiografias AP e Perfil devem demonstrar toda a cápsula articular delineada pela combinação dos
meios de contraste positivos e negativos.
Dacriocistografia:
Definição: Estudo radiográfico contrastado dos ductos lacrimal direito ou esquerdo.
Objetivo: Estudar dilatação ou estenoses dos ductos lacrimais, ou seja, se os ductos estão pérveos a
passagem de contraste.
Incidências: AP do crânio, estudando sempre as duas órbitas comparativamente no momento da injeção
de contraste.
Contraste: Lipídico ou à base de óleo 05 ml.
Sialografia:
Definição: Estudo radiográfico contrastado das glândulas
parótidas bilateral ou sublinguares bilateral.
Objetivo: Estudar dilatação ou estenoses dos ductos parotídeos ou sublinguares, ou seja, se os ductos
estão pérveos a passagem de contraste.
Incidências: Oblíqua de mandíbula direita ou esquerda,
objetivando o lado do exame a ser realizado e também o perfil
absoluto.
Contraste: Lipídico ou a base de óleo 05 ml.
Flebografia:
Definição: Estudo radiográfico contrastado das veias dos membros
superiores ou inferiores.
Objetivos: Estudar obstruções venosas, dilatações venosas, TVP
(Trombose Venosa Profunda).
Incidências: AP, Perfil e Oblíquas desde o tornozelo até a crista ilíaca
para membros inferiores e desde o punho até a articulação escápuloumeral
para membros superiores, no momento da injeção de contraste nos
membros direito ou esquerdo.
Contraste: Iodado de 40 ml a 50 ml.
Obs: no momento da injeção o paciente deverá estar deitado ou
decúbito dorsal, e com tornozelo e joelho garroteado para retardar o fluxo
do contraste, e no caso dos membros superiores, o punho e porção
proximal do úmero.
Fistulografia:
Como o nome já diz, é o estudo das fistulas ou feridas abertas.
Injeta-se o meio de contraste (iodado) diretamente no local da fistula, através de cateter.
Após radiografa-se o local.
Histerossalpingografia:
É o estudo radiológico do útero, trompas e ovários.
É utilizada material específico, com pinças uterinas, seringa especial, etc.
O meio de contraste, a base de óleo, é injetado através da vagina. São realizadas, após injeção do meio de
contraste, radiografias em AP panorâmico da pelve.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A fome no Brasil

A fome de que se trata aqui significa a situação em que uma pessoa fica, durante um período prolongado, carente de alimentos que lhe forneçam as calorias (energia) e os elementos nutritivos necessários à vida e à saúde do seu organismo. Os especialistas em nutrição diferenciam dois tipos de fome: a global e a parcial.A fome global, também chamada fome energética ou calórica, é entendida como a incapacidade de a ração alimentar diária ingerida por uma pessoa fornecer as calorias equivalentes à energia gasta pelo organismo nos trabalhos realizados.Além das calorias, a alimentação deve fornecer determinados elementos nutritivos – como proteínas, vitaminas e sais minerais – que cumpram a função de restaurar as células, os tecidos e os órgãos de todo o nosso organismo. A falta prolongada de qualquer dessas substâncias na alimentação provoca distúrbios e lesões no organismo, com graves conseqüências à saúde. Essa é a fome denominada parcial ou específica.
O Brasil e a fome
O Brasil é o quinto país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da área do continente sul-americano. Há cerca de 20 anos, aumentaram o fornecimento de energia elétrica e o número de estradas pavimentadas, além de um enorme crescimento industrial. Nada disso, entretanto, serviu para combater a pobreza, a má nutrição e as doenças endêmicas.
Em 1987, no Brasil, quase 40 % da população (50 milhões de pessoas) vivia em extrema pobreza. No dias de hoje, um terço da população é mal nutrido, 9 % das crianças morrem antes de completar um ano de vida e 37 % do total são trabalhadores rurais sem terras.
Há ainda o problema crescente da concentração da produção agrícola, onde grande parte fica nas mãos de poucas pessoas, vendo seu patrimônio aumentar sensivelmente e ganhando grande poder político.A produção para o mercado externo, visando à entrada de divisas e ao pagamento da divida externa, vem crescendo, enquanto a diversidade da produção de alimentos dirigida ao mercado interno tem diminuído, ficando numa posição secundária. Ao lado disso, milhões de pessoas vivem em favelas, na periferias das grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, entre outras. O caso das migrações internas é um problema gerado dentro da própria nação. Grande parte dos favelados deixou terras de sua propriedade ou locais onde plantavam sua produção agrícola. Nos grandes centros, essas pessoas vão exercer funções mal pagas, muitas vezes em trabalho não regular. Quase toda a família trabalha, inclusive as crianças, freqüentemente durante o dia inteiro, e alimenta-se mal, raramente ingerindo o suficiente para repor as energias gastas. Nesse círculo vicioso, cada vez mais famílias se aglomeram nas cidades passando fome por não conseguir meios para suprir sua subsistência.
CAUSAS DA FOME
É comum dizer que o crescimento populacional é responsável pela existência da fome, assim como as adversidades do clima e do solo. Claro que para muitas pessoas que têm maior responsabilidade no problema – apesar de todos nós termos – é uma posição bastante cômoda, a qual serve para ocultar as verdadeiras causas.Uma análise detalhada constata que a fome é uma criação humana. Ela existe e maltrata bilhões de pessoas, sendo as principais, crianças. Ao se organizar em sociedade o
homem criou uma desigualdade. De um lado, uma minoria rica e de outro, a grande maioria despojada de riqueza. Entre as causas da fome o processo de colonização pelos europeus, na América, Ásia e África é genitor para os demais. Ao chegarem nesses continentes introduziram seus costumes e alteraram profundamente, a organização social dos nativos. Exploraram suas terras ao máximo. Implantaram propriedades agrícolas destinadas à exportação. Tudo isso com ajuda do trabalho escravo dos nativos.Com o desequilíbrio gerado pelos colonizadores, a produção de subsistência caiu e os problemas de subnutrição e fome surgiram.
Os problemas decorrentes da inadequada utilização da terra também pesam na explicação da fome. Os países subdesenvolvidos têm, geralmente, um passado colonial. Dentro da atual ordem econômica mundial, a maioria desses países não conseguiu livrar-se do colonialismo econômico que ainda predomina nas relações internacionais. As suas economias estão estruturadas de forma a atender as necessidades do mercado externo em prejuízo do mercado interno. Dá-se maior atenção a uma agricultura para servir de exportação do que para atender o mercado interno. Em vista disso, ocorre escassez de alimentos básicos para o mercado interno ou o seu preço é tão elevado que dificulta a sua aquisição por grande parte da população de baixa renda.
CONSEQUÊNCIAS DA FOME
Os efeitos mais comuns causados pela fome, principalmente nos países do Terceiro Mundo, são a desnutrição calórica-protéica (provocada pela falta de calorias e proteínas), as doenças causadas pela deficiência de vitamina A, a anemia (provocada pela deficiência de ferro), o raquitismo (gerado pela deficiência de vitamina D), o bócio e os distúrbios causados pela carência de vitaminas do grupo B.Todas essas formas de desnutrição, quando não fazem suas vítimas diretamente, facilitam o aparecimento de outras doenças, que acabam levando o desnutrido à morte.Por exemplo, os óbitos de crianças pobres nos países do Terceiro Mundo não apontam a fome ou a subnutrição como causa dessas mortes. Figuram como causas a pneumonia, a desidratação, a tuberculose, o sarampo etc. No entanto, essas e outras são conseqüência de um organismo debilitado ou sem resistência, em decorrência da desnutrição ou fome.A desnutrição calórica-protéica, também chamada desnutrição energética-proteíca (DEP), atinge grande número de crianças em idade pré-escolar nos países do Terceiro Mundo. Apresenta-se em diversos graus, sendo que os extremos ou mais graves (3.º grau) exigem hospitalização para o seu tratamento. Segundo especialistas, o Kwashiorkor e o marasmo são exemplos de desnutrição de 3.º grau.A palavra Kwashiorkor é originada de um dialeto africano da Costa do Ouro (atual Gana) e possui vários significados, sendo o mais utilizado o de “ criança desmamada”. O Kwashiorkor ocorre numa criança após seu desmame precoce, ou seja, quando nasce uma nova criança, num período em que há uma outra ainda sendo amamentada no seio materno, esta cede o lugar para a recém-nascida. Deixando de alimentar-se do leite materno e em razão da pouca disponibilidade de alimentos que a família tem em decorrência de sua pobreza, a criança passa a ter uma alimentação pobre em proteínas.Assim, o Kwashiorkor é uma doença causada pela falta de proteínas e ocorre geralmente em crianças acima de seis meses de idade. Caracteriza-se por apresentar: inchaço do ventre, dando aspecto balofo; lesões na pele; parada do crescimento; retardamento mental, às vezes irreversível; lesões no fígado, com degeneração gordurosa; descoramento dos cabelos; comportamento apático, triste, retraído. As crianças com Kwashiorkor chegam a atingir dois ou três anos de idade indiferentes ao mundo que rodeia. Não engatinham nem andam, e geralmente morrem de doenças como coqueluche, rubéola, sarampo e outras mais, que numa criança bem alimentada raramente causam a morte. O marasmo, outra forma de extrema desnutrição, causada pela deficiência de calorias na dieta alimentar da criança, ocorre geralmente nas primeiras semanas de vida. Caracteriza-se por emagrecimento, parada do crescimento longitudinal e extrema debilidade. A criança chega a ter o seu peso 60 % inferior ao normal.Existem ainda os casos de desnutrição leve e moderada, chamados respectivamente de primeiro e segundo grau. Trazem, também, graves conseqüências à saúde e ao desenvolvimento do ser humano e minam a resistência orgânica, abrindo brechas para o estabelecimento de várias doenças.

O Dia das Bruxas (Halloween)

O Dia das Bruxas (Halloween é o nome original na língua inglesa) é um evento tradicional e cultural, que ocorre nos países anglo-saxónicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações dos antigos povos celtas.
História
Um cartão comemorativo do Halloween.
A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às atuais abóboras ou da famosa frase "Gostosuras ou travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão" na língua celta).
A celebração do Halloween tem duas origens que no transcurso da História foram se misturando:

Origem Pagã
A origem pagã tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos. A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam início ao ano novo celta. A “festa dos mortos” era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para nós seriam “o céu e a terra” (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrava com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como “médiuns” entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.
Origem Cristã
Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar “Todos os Mártires”. Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV († 615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (panteão) num templo cristão e o dedicou a “Todos os Santos”, a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III(† 741) mudou a data para 1º de novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e “All Hallow Een” até chegar à palavra atual “Halloween”.
Etimologia
Posto que, entre o pôr-do-sol do dia 31 de outubro e 1° de novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome actual da festa: Hallow Evening -> Hallowe'en -> Halloween. Rapidamente se conclui que o termo "Dia das bruxas" não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo essa uma designação apenas dos povos de língua (oficial) portuguesa.
Outra hipótese é que a Igreja Católica tenha tentado eliminar a festa pagã do Samhain instituindo restrições na véspera do Dia de Todos os Santos. Este dia seria conhecido nos países de língua inglesa como All Hallows' Eve.
A relação da comemoração desta data com as bruxas propriamente ditas teria começado na Idade Média no seguimento das perseguições incitadas por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos julgamentos pela Inquisição, com o intuito de condenar os homens ou mulheres que fossem considerados curandeiros e/ou pagãos. Todos os que fossem alvo de tal suspeita eram designados por bruxos ou bruxas, com elevado sentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal do Santo Ofício e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados autos-de-fé.
Essa designação se perpetuou e a comemoração do halloween, levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses (povo de etnia e cultura celta) no século XIX, ficou assim conhecida como "dia das bruxas", uma lenda histórica. úk...
Actualmente
Se analisarmos o modo como o Halloween é celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um caráter completamente distinto do que tinha ao princípio. Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma série de elementos estranhos tanto à festa de Finados como à de Todos os Santos.
Entre os elementos acrescidos, temos por exemplo o costume dos “disfarces”, muito possivelmente nascido na França entre os séculos XIV e XV. Nessa época a Europa foi flagelada pela Peste Negra pamela valente santos e seus familiares da familia lima foi a que inventou asim chamada (peste bubônica), que dizimou perto da metade da população do Continente, criando entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte. Multiplicaram se as Missas na festa dos Fiéis Defuntos e nasceram muitas representações artísticas que recordavam às pessoas a sua própria mortalidade, algumas dessas representações eram conhecidas como danças da morte ou danças macabras.
Alguns fiéis, dotados de um espírito mais burlesco, costumavam adornar na véspera da festa de finados as paredes dos cemitérios com imagens do diabo puxando uma fila de pessoas para a tumba: papas, reis, damas, cavaleiros, monges, camponeses, leprosos, etc. (afinal, a morte não respeita ninguém). Também eram feitas representações cênicas, com pessoas disfarçadas de personalidades famosas e personificando inclusive a morte, à qual todos deveriam chegar. Possivelmente, a tradição de pedir um doce, sob ameaça de fazer uma travessura (trick or treat, “doce ou travessura”), teve origem na Inglaterra, no período da perseguição protestante contra os católicos (1500 1700). Nesse período, os católicos ingleses foram privados dos seus direitos legais e não podiam exercer nenhum cargo público. Além disso, foram lhes infligidas multas, altos impostos e até mesmo a prisão. Celebrar a missa era passível da pena capital e centenas de sacerdotes foram martirizados.Produto dessa perseguição foi a tentativa de atentado contra o rei protestante Jorge I. O plano, conhecido como Gunpowder Plot (“Conspiração da pólvora”), era fazer explodir o Parlamento, matando o rei, e assim dar início a um levante dos católicos oprimidos. A trama foi descoberta em 5 de novembro de 1605, quando um católico converso chamado Guy Fawkes foi apanhado guardando pólvora na sua casa, tendo sido enforcado logo em seguida. Em pouco tempo a data converteu se numa grande festa na Inglaterra (que perdura até hoje): muitos protestantes a celebravam usando máscaras e visitando as casas dos católicos para exigir deles cerveja e pastéis, dizendo lhes: trick or treat(doce ou travessuras). Mais tarde, a comemoração do dia de Guy Fawkes chegou à América trazida pelos primeiros colonos, que a transferiram para o dia 31 de outubro, unindo a com a festa do Halloween, que havia sido introduzida no país pelos imigrantes irlandeses.Vemos, portanto, que a atual festa do Halloween é produto da mescla de muitas tradições, trazidas pelos colonos no século XVIII para os Estados Unidos e ali integradas de modo peculiar na sua cultura. Muitas delas já foram esquecidas na Europa
Novos elementos do Halloween
A celebração do 31 de Outubro, muito possivelmente em virtude da sua origem como festa dos druidas, vem sendo ultimamente promovida por diversos grupos neo-pagãos, e em alguns casos assume o caráter de celebração ocultista. Hollywood fornece vários filmes, entre os quais se destaca a série Halloween, na qual a violência plástica e os assassinatos acabam por criar no espectador um estado de angústia e ansiedade. Muitos desses filmes, apesar das restrições de exibição, acabam sendo vistos por crianças, gerando nelas o medo e uma idéia errônea da realidade. Porém, não existe ligação dessa festa com o mal. Na celebração atual do Halloween, podemos notar a presença de muitos elementos ligados ao folclore em torno da bruxaria. As fantasias, enfeites e outros itens comercializados por ocasião dessa festa estão repletos de bruxas, gatos pretos, vampiros, fantasmas e monstros, no entanto isso não reflete a realidade pagã.
Nota
A lanterna vegetal chamada de "jack o'lantern" em inglês, em português chama-se coca em Portugal e Abóbora do Dia das Bruxas no Brasil e é uma tradição ancestral.
Coca: papão; abóbora vazia (ou panela) com buracos representativos dos olhos e da boca com uma luz dentro, para meter medo, à noite; feiticeira. Priberam.Língua Portuguesa On-Line.
é o nome original na língua inglesa) é um evento tradicional e cultural, que ocorre nos países anglo-saxónicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações dos antigos povos celtas.
História
Um cartão comemorativo do Halloween.
A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às atuais abóboras ou da famosa frase "Gostosuras ou travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão" na língua celta).
A celebração do Halloween tem duas origens que no transcurso da História foram se misturando:

Origem Pagã
A origem pagã tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos. A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam início ao ano novo celta. A “festa dos mortos” era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para nós seriam “o céu e a terra” (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrava com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como “médiuns” entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.
Origem Cristã
Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar “Todos os Mártires”. Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV († 615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (panteão) num templo cristão e o dedicou a “Todos os Santos”, a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III(† 741) mudou a data para 1º de novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e “All Hallow Een” até chegar à palavra atual “Halloween”.
Etimologia
Posto que, entre o pôr-do-sol do dia 31 de outubro e 1° de novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome actual da festa: Hallow Evening -> Hallowe'en -> Halloween. Rapidamente se conclui que o termo "Dia das bruxas" não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo essa uma designação apenas dos povos de língua (oficial) portuguesa.
Outra hipótese é que a Igreja Católica tenha tentado eliminar a festa pagã do Samhain instituindo restrições na véspera do Dia de Todos os Santos. Este dia seria conhecido nos países de língua inglesa como All Hallows' Eve.
A relação da comemoração desta data com as bruxas propriamente ditas teria começado na Idade Média no seguimento das perseguições incitadas por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos julgamentos pela Inquisição, com o intuito de condenar os homens ou mulheres que fossem considerados curandeiros e/ou pagãos. Todos os que fossem alvo de tal suspeita eram designados por bruxos ou bruxas, com elevado sentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal do Santo Ofício e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados autos-de-fé.
Essa designação se perpetuou e a comemoração do halloween, levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses (povo de etnia e cultura celta) no século XIX, ficou assim conhecida como "dia das bruxas", uma lenda histórica. úk...
Actualmente
Se analisarmos o modo como o Halloween é celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um caráter completamente distinto do que tinha ao princípio. Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma série de elementos estranhos tanto à festa de Finados como à de Todos os Santos.
Entre os elementos acrescidos, temos por exemplo o costume dos “disfarces”, muito possivelmente nascido na França entre os séculos XIV e XV. Nessa época a Europa foi flagelada pela Peste Negra pamela valente santos e seus familiares da familia lima foi a que inventou asim chamada (peste bubônica), que dizimou perto da metade da população do Continente, criando entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte. Multiplicaram se as Missas na festa dos Fiéis Defuntos e nasceram muitas representações artísticas que recordavam às pessoas a sua própria mortalidade, algumas dessas representações eram conhecidas como danças da morte ou danças macabras.
Alguns fiéis, dotados de um espírito mais burlesco, costumavam adornar na véspera da festa de finados as paredes dos cemitérios com imagens do diabo puxando uma fila de pessoas para a tumba: papas, reis, damas, cavaleiros, monges, camponeses, leprosos, etc. (afinal, a morte não respeita ninguém). Também eram feitas representações cênicas, com pessoas disfarçadas de personalidades famosas e personificando inclusive a morte, à qual todos deveriam chegar. Possivelmente, a tradição de pedir um doce, sob ameaça de fazer uma travessura (trick or treat, “doce ou travessura”), teve origem na Inglaterra, no período da perseguição protestante contra os católicos (1500 1700). Nesse período, os católicos ingleses foram privados dos seus direitos legais e não podiam exercer nenhum cargo público. Além disso, foram lhes infligidas multas, altos impostos e até mesmo a prisão. Celebrar a missa era passível da pena capital e centenas de sacerdotes foram martirizados.Produto dessa perseguição foi a tentativa de atentado contra o rei protestante Jorge I. O plano, conhecido como Gunpowder Plot (“Conspiração da pólvora”), era fazer explodir o Parlamento, matando o rei, e assim dar início a um levante dos católicos oprimidos. A trama foi descoberta em 5 de novembro de 1605, quando um católico converso chamado Guy Fawkes foi apanhado guardando pólvora na sua casa, tendo sido enforcado logo em seguida. Em pouco tempo a data converteu se numa grande festa na Inglaterra (que perdura até hoje): muitos protestantes a celebravam usando máscaras e visitando as casas dos católicos para exigir deles cerveja e pastéis, dizendo lhes: trick or treat(doce ou travessuras). Mais tarde, a comemoração do dia de Guy Fawkes chegou à América trazida pelos primeiros colonos, que a transferiram para o dia 31 de outubro, unindo a com a festa do Halloween, que havia sido introduzida no país pelos imigrantes irlandeses.Vemos, portanto, que a atual festa do Halloween é produto da mescla de muitas tradições, trazidas pelos colonos no século XVIII para os Estados Unidos e ali integradas de modo peculiar na sua cultura. Muitas delas já foram esquecidas na Europa
Novos elementos do Halloween
A celebração do 31 de Outubro, muito possivelmente em virtude da sua origem como festa dos druidas, vem sendo ultimamente promovida por diversos grupos neo-pagãos, e em alguns casos assume o caráter de celebração ocultista. Hollywood fornece vários filmes, entre os quais se destaca a série Halloween, na qual a violência plástica e os assassinatos acabam por criar no espectador um estado de angústia e ansiedade. Muitos desses filmes, apesar das restrições de exibição, acabam sendo vistos por crianças, gerando nelas o medo e uma idéia errônea da realidade. Porém, não existe ligação dessa festa com o mal. Na celebração atual do Halloween, podemos notar a presença de muitos elementos ligados ao folclore em torno da bruxaria. As fantasias, enfeites e outros itens comercializados por ocasião dessa festa estão repletos de bruxas, gatos pretos, vampiros, fantasmas e monstros, no entanto isso não reflete a realidade pagã.
Nota
A lanterna vegetal chamada de "jack o'lantern" em inglês, em português chama-se coca em Portugal e Abóbora do Dia das Bruxas no Brasil e é uma tradição ancestral.
Coca: papão; abóbora vazia (ou panela) com buracos representativos dos olhos e da boca com uma luz dentro, para meter medo, à noite; feiticeira. Priberam.Língua Portuguesa On-Line.

Doenças e Distúrbios do Sistema Digestório

Infecções intestinais
Alimentos e água que ingerimos podem estar contaminados com vírus ou bactérias patogênicas. Alguns podem sobreviver e se multiplicar no aparelho digestivo, causando infecções. Alguns vírus causam, na mucosa do estômago e do intestino, inflamações denominadas gastrenterites, cujos principais sintomas são dor de barriga, diarréia e

náuseas.
Bactérias do grupo das salmonelas (freqüentes em carne de frango e em ovos mal cozidos), podem se instalar no intestino e causar dores abdominais intensas, diarréias e febre. Pessoas saudáveis se recuperam em poucos dias, mas crianças e pessoas idosas podem morrer se não receberem cuidados médicos adequados.
A cólera e a febre tifóide causam epidemias com altos índices de mortalidade em conseqüência da desidratação e a perda de sais minerais, decorrentes da diarréia. O tratamento é feito com antibióticos e o doente deve ingerir muita água fresca e soluções salinas.
Vômito
Quando comemos ou bebemos demais ou a comida ingerida está deteriorada, o encéfalo põe em ação um sistema de emergência para eliminar o conteúdo estomacal: o vômito. Contrações da musculatura abdominal pressionam o estômago, fazendo com que o conteúdo estomacal suba pelo esôfago, saindo pela boca. O gosto ácido característico do vômito é decorrente do suco gástrico que está misturado ao alimento.
Diarréia
É um processo em que a pessoa defeca várias vezes em um curto intervalo de tempo, devido ao aumento dos movimentos peristálticos intestinais. A diarréia leva a rápida eliminação do conteúdo intestinal e pode ocorrer devido a ingestão de alimento deteriorado, por nervosismo ou por alergia a certos tipos de alimentos, entre outras causas. O trânsito intestinal acelerado não dá o tempo necessário à absorção normal da água, resultando em fezes aquosas, podendo levar a desidratação.
Constipação intestinal (ou prisão de ventre)
Ao contrário da diarréia, os movimentos peristálticos estão diminuídos. A causa mais freqüente é a alimentação inadequada, com poucas fibras vegetais. A massa fecal se resseca, devido a sua permanência prolongada no intestino grosso, dificultando a defecação. A prisão de ventre pode ser aliviada pela ingestão de alimentos ricos em fibras não-digeríveis, que aumentam o volume da massa alimentar, estimulando o peristaltismo e a maior velocidade do trânsito intestinal.
Apendicite
Apendicite é uma inflamação do apêndice ileocecal, em forma crônica ou aguda. Esta última manifesta-se por dores agudas na fossa ilíaca direita, mais exatamente no chamado ponto de McBurney.
O Apêndice mede cerca de 8 cm de comprimento por 4 a 8 cm de diâmetro. Sua posição com relação ao ceco varia muito de indivíduo para indivíduo. Em geral, ele se projeta sobre a parede abdominal na altura do ponto de McBurney. O interior do apêndice é revestido por um tecido linfóide semelhante ao das amígdalas.
Ocasionalmente, restos de alimentos ficam retidos na cavidade interna do apêndice cecal, o que pode levar à sua inflamação, causando dores intensas. Sem tratamento, a infecção acaba destruindo a parede, causando uma peritonite, que é a inflamação da membrana que recobre a cavidade abdominal e os órgãos nela contidos.
O tratamento é feito através da remoção cirúrgica do apêndice inflamado.
Na figura ao lado, verifica-se um apêndice inflamado após sua extirpação cirúrgica. Se este apêndice perfurasse, é provável que a infecção se estendesse a toda cavidade abdominal, provocando uma peritonite.
Úlceras pépticas
Áreas extensas da parede do tubo digestivo podem ser lesadas pela ação de sucos digestivos, originando feridas (as úlceras pépticas). Ocorrem principalmente no duodeno, no estômago e na porção inferior do esôfago. Quando uma úlcera se aprofunda e atinge a camada muscular há lesão de vasos sanguíneos, o que provoca hemorragias. A lesão pode perfurar toda a parede do tubo digestivo (a úlcera perfurada). Através da qual, bactérias podem atingir a cavidade abdominal, causando inflamação da membrana que envolve as vísceras, o peritônio (peritonite), que pode levar a morte. As úlceras podem ser tratadas com medicamentos que diminuem a acidez estomacal e facilitam a cicatrização. No caso de áreas ulceradas muito extensas, pode ser necessária a remoção cirúrgica da parte lesada.
Distúrbios hepáticos
Um dos constituintes da bile é o colesterol, substância insolúvel em água, mas que, combinada aos sais biliares, forma pequenos agregados solúveis. Em certas condições, no entanto, o colesterol pode se tornar insolúvel, formando pequenos grãos no interior da vesícula biliar; são os cálculos vesiculares (as "pedras na vesícula"). Os cálculos podem bloquear a saída da bile ou percorrer o conduto biliar, causando sensações dolorosas. A concentração de colesterol na bile depende da quantidade de lipídios na dieta. Pessoas que se alimentam de comida muito gordurosa tem maiores chances de desenvolver pedras na vesícula biliar.
Pancreatite
Em situações anormais, o pâncreas pode reter suco pancreático, que ataca suas próprias células. O resultado pode ser uma inflamação do pâncreas (a pancreatite), muitas vezes fatal. A pancreatite pode ser causada por bloqueios do canal de eliminação do suco pancreático ou por alcoolismo.
Câncer de colo intestinal
Nos países desenvolvidos, esse é um dos casos mais comuns de câncer. Está relacionada com dietas alimentares pobres em fibras. Na falta de fibras, o peristaltismo é mais lento, a mucosa intestinal fica mais tempo em contato com eventuais substâncias cancerígenas presentes nos alimentos.

O Brasil e a Segunda Guerra Mundial

Durante o Estado Novo (1937 – 1945), o governo brasileiro viveu a instalação de um regime ditatorial comandado por Getúlio Vargas. Nesse mesmo período, as grandes potências mundiais entraram em confronto na Segunda Guerra, onde observamos a cisão entre os países totalitários (Alemanha, Japão e Itália) e as nações democráticas (Estados Unidos, França e Inglaterra). Ao longo do conflito, cada um desses grupos em confronto buscou apoio político-militar de outras nações aliadas.Com relação à Segunda Guerra Mundial, a situação do Brasil se mostrava completamente indefinida. Ao mesmo tempo em que Vargas contraía empréstimos com os Estados Unidos, comandava um governo próximo aos ditames experimentados pelo totalitarismo nazi-fascista. Dessa maneira, as autoridades norte-americanas viam com preocupação a possibilidade de o Brasil apoiar os nazistas cedendo pontos estratégicos que poderiam, por exemplo, garantir a vitória do Eixo no continente africano.A preocupação norte-americana, em pouco tempo, proporcionou a Getúlio Vargas a liberação de um empréstimo de 20 milhões de dólares para a construção da Usina de Volta Redonda. No ano seguinte, os Estados Unidos entraram nos campos de batalha da Segunda Guerra e, com isso, pressionou politicamente para que o Brasil entrasse com suas tropas ao seu lado. Pouco tempo depois, o afundamento de navegações brasileiras por submarinos alemães gerou vários protestos contra as forças nazistas.Dessa maneira, Getúlio Vargas declarou guerra contra os italianos e alemães em agosto de 1942. Politicamente, o país buscava ampliar seu prestígio junto ao EUA e reforçar sua aliança política com os militares. No ano de 1943, foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), destacamento militar que lutava na Segunda Guerra Mundial. Somente quase um ano depois as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB).A principal ação militar brasileira aconteceu principalmente na organização da campanha da Itália, onde os brasileiros foram para o combate ao lado das forças estadunidenses. Nesse breve período de tempo, mais de 25 mil soldados brasileiros foram enviados para a Europa. Apesar de entrarem em conflito com forças nazistas de segunda linha, o desempenho da FEB e da FAB foi considerado satisfatório, com a perda de 943 homens.

sábado, 17 de outubro de 2009

Monóxido de carbono e Dióxido de enxofre

Monóxido de carbono
O Monóxido de Carbono (CO) é um gás levemente inflamável, incolor, inodoro e muito perigoso devido à sua grande toxicidade. É produzido pela queima em condições de pouco oxigênio (combustão incompleta) e/ou alta temperatura de
carvão ou outros materiais ricos em carbono, como derivados de petróleo.


Usos
O monóxido de carbono é um agente redutor, retirando oxigênio de muitos compostos em processos industriais (formando
CO2), como na produção de ferro e outros metais a partir de seus minérios e hidrogênio a partir da água. Também se combina com o níquel metálico produzindo um composto volátil que é usado na purificação deste metal (processo Mond). Também é usado na síntese de vários compostos orgânicos, como ácido acético (processo Monsanto), plásticos, metanol e formatos.
Também já foi muito usado como
combustível, sob o nome de gás de síntese, que é feito passando-se vapor de água sobre carvão superaquecido, formando uma mistura de CO, hidrogénio, nitrogénio e dióxido de carbono.
Toxicidade
Forma com a
hemoglobina do sangue um composto mais estável do que ela e o oxigênio, podendo levar à morte por asfixia. A exposição a doses relativamente elevadas em pessoas saudáveis pode provocar problemas de visão, redução da capacidade de trabalho, redução da destreza manual, diminuição da capacidade de aprendizagem, dificuldade na resolução de tarefas complexas ou mesmo matar.
Concentrações abaixo de 400
ppm no ar causam dores de cabeça e acima deste valor são potencialmente mortais, tanto para plantas e animais quanto para alguns microrganismos.
O monóxido de carbono está associado ao desenvolvimento de doença isquémica coronária,pensando-se que esse facto resulte da interferência com a oxigenação do miocárdio e do aumento da adesividade das plaquetas e dos níveis de fibrinogénio o que ocorre particulamente com os fumantes.

Dióxido de enxofre
O dióxido de
enxofre, também conhecido como anidrido sulfuroso, é um composto químico constituído por dois átomos de oxigénio e um de enxofre; a sua fórmula química é SO2 . É um gás denso, incolor, não-inflamável e altamente tóxico e a sua inalação pode ser fortemente irritante.
É produzido naturalmente pelos
vulcões e em certos processos industriais. Na indústria, o dióxido de enxofre serve sobretudo para a produção de ácido sulfúrico, que possui numerosas aplicações como produto químico. É obtido a partir da combustão de enxofre ou de pirites. É ainda um gás emitido na queima de combustíveis em veículos e indústrias juntamente com óxidos de carbono (CO e CO2), e de nitrogênio. É, juntamente com o dióxido de azoto (NO2), um dos principais causadores da chuva ácida, pois, associado à água presente na atmosfera, forma ácido sulfuroso. Por ser prejudicial à saúde e ao meio ambiente limita-se o teor de enxofre presente nos combustíveis de modo a diminuir a emissão desse gás.
O dióxido de enxofre é ainda utilizado como desinfectante, anti-séptico e anti-bacteriano, como agente branqueador e conservador de produtos alimentares, nomeadamente frutos secos, e ainda na produção de bebidas alcoólicas e particularmente no fabrico do vinho. No vinho, o dióxido de enxofre aparece na sua forma livre hidratada H2SO3) ou
ácido sulfuroso. O dióxido de enxofre é utilizado na vinificação pois inibe ou pára o desenvolvimento das leveduras e bactérias, detendo assim a fermentação alcoólica no momento desejado, ao mesmo tempo que assegura a esterilização do vinho. Acresce que o dióxido de enxofre “selecciona” as leveduras necessárias à vinificação, pois estas são mais resistentes que outras presentes no processo mas não desejadas. Nos rótulo das garrafas de vinho normalmente vem especificado que o produto tem INS 220 ou Conservante PV, ou seja, o próprio SO2. Muitas pessoas portadoras de enxaqueca relatam o agravamento da crise após tomar vinhos, mas na verdade a crise é causada por estes conservantes.
O dióxido de enxofre é prejudicial à nossa saúde quando livre no ar.
Dependência da Solubilidade com a Temp.(para SO2 a 1 atm)
22 g/100ml (0 °C)
15 g/100ml (10 °C)
11 g/100ml (20 °C)
9.4 g/100 ml (25 °C)
8 g/100ml (30 °C)
6.5 g/100ml (40 °C)
5 g/100ml (50 °C)
4 g/100ml (60 °C)
3.5 g/100ml (70 °C)
3.4 g/100ml (80 °C)
3.5 g/100ml (90 °C)
3.7 g/100ml (100 °C)