terça-feira, 13 de outubro de 2009

A matematica

A Matemática é uma disciplina com características muito próprias, sendo utilizada em praticamente todas as áreas do conhecimento cientifico e, principalmente no cotidiano da sociedade. Contudo, seu ensino nas escolas não dá de forma satisfatória, deixando muito a desejar, principalmente por existir uma notória lacuna entre a Matemática escolar e a praticada no dia-a-dia.IntroduçãoA Matemática ocupa lugar de destaque na vida escolar dos alunos, desde as séries iniciais do ensino fundamental. Seja pela misticidade do mundo dos números, ou das formas geométricas, a Matemática se destaca por possuir uma linguagem própria, que a torna uma disciplina “diferente” quando comparada a outras. E é justamente essa diferença contextualizada na realidade social dos alunos, que faz suscitar a importância da Matemática em seu dia-a-dia, tendo em vista o papel primordial que representa o conhecimento matemático na solução de problemas do cotidiano. Contudo, essa disciplina, nem sempre é abordada satisfatoriamente nas escolas. DesenvolvimentoA Matemática está impregnada na história da humanidade desde seus primórdios, surgindo justamente para suprir as necessidades do cotidiano das primeiras civilizações. Mas no decorrer da história, mitos e tabus foram se criando acerca da disciplina, sendo que alguns ainda habitam o ambiente escolar.Um discurso que se ouvi freqüentemente entre os alunos, a “Matemática é para poucos”, evidencia o tipo da relação entre a disciplina e os mesmos. Como conseqüência desse mito, os alunos que apresentam facilidade no aprendizado da Matemática, são vistos pelos outros como inteligentes, estudiosos, esforçados. Os que os credenciam ao sucesso. Já os alunos com certa dificuldade de aprendizado em Matemática são condenados ao fracasso escolar. Agrega-se a tal fato, ao alto índice de evasão escolar, que segundo dados do MEC, a Matemática é a disciplina que contribui com maior peso para esse fenômeno. Mas o discurso a “Matemática é para poucos” não é de construção recente. Tenório, citado por Silveira (2005) aborda esta questão. Problemas ligados ao inicio das estações podem ter criado a necessidade dos primeiros cálculos (...). Foram eles os primeiros “Matemáticos”, os primeiros calculistas. Os sacerdotes egípcios executavam laboriosas medições a fim de adquirirem um razoável conhecimento acerca das enchentes e vazantes do Rio Nilo. Em seus templos, bem dissimulados, existiam nilômetros, aparelhos que os ajudavam nesse mister. O povo não participava desse trabalho nem conhecia a existência desses instrumentos. Assim, quando os sacerdotes previam determinada enchente vazante, tal previsão era recebida pelo povo aureolada de profecia; por via de conseqüência, os sacerdotes recebiam não apenas reverências reservadas aos profetas e deuses, como, possivelmente mais importante que isto outras homenagens mais materiais como presentes, dinheiro, etc.Desta forma, desde o início, a produção e organização do conhecimento matemático estavam em mãos da classe dominante, já que os sacerdotes constituíam-se em aliados importantes do poder (TENÓRIO, 1995, p. 105).Nesse recorte, fica evidente a presença do misticismo envolvendo o conhecimento matemático, além de tornar evidente o discurso “Matemática é para poucos” data de séculos atrás.Como conseqüência desse discurso, vem à tona um outro: “Matemática é difícil”. Tal discurso ganha força levando-se em consideração que a Matemática é a disciplina responsável pela maioria das reprovações escolares. Até mesmo os próprios professores da disciplina, dizem que a Matemática precisa torna-se fácil, o que pressupõe que ela seja difícil.Certamente o fator que, infelizmente ofusca com mais intensidade a importância da Matemática, é justamente o que deveria o efeito contrario, ou seja, a maneira como a disciplina é lecionada nas escolas. “A ação prática tem ocupado um lugar de primazia onde a filosofia, um pensar no que é essencial, não tem tido uma maior atenção” (MEDEIROS, 1985, p. 13). Nesse contexto, destaca-se um perfil de professor nocivo à fomentação do conhecimento matemático: o autoritário. Aulas limitadas à exposição de conteúdos, em sua maioria sem nenhuma referência à história de sua construção são predominantes nas salas de aula. E para fixação dos conteúdos, os alunos são sujeitos à baterias de exercícios repetitivos, restritos a aplicação de fórmulas imediatas em várias questões quase sempre com os mesmo enunciados. Sendo assim a abstração, uma virtude do conhecimento matemático, tende-se a distanciar cada vez mais dos alunos.A combinação desses fatores impede a aplicação do conhecimento matemático no cotidiano dos alunos, tendo em vista que para utilização da teoria na pratica, torna-se necessária uma base teórica sólida.Logo nas primeiras séries do ensino fundamental é notório a importância do conhecimento matemático na realidade dos alunos. Por exemplo, uma criança quando entende as operações aritméticas, torna-se capaz de encarar as movimentações financeiras de sua realidade, como o troco da passagem de ônibus ou da padaria. E a medida que o aluno avança dentro do ensino básico, torna-se cada vez mais amplo o campo de aplicação do conhecimento matemático em seu cotidiano; tendo-se em vista que um aluno do ensino médio tendo em mente os conceitos de funções, torna-se apto, por exemplo, a construir uma planilha de gastos e receitas em sua casa, o que sem dúvida contribui muito no planejamento do orçamento doméstico.A matemática também pode transformar-se em uma importante ferramenta de mudança social, pois partindo do pressuposto que o aluno assimilou o conhecimento matemático ele é capaz de contextualizá-lo. Por exemplo, um aluno do ensino médio é capaz de compreender o que representa para o país os juros da dívida externa, o saldo da balança comercial, a divisão do orçamento público. E de posse desse conhecimento, tem-se a construção de um senso crítico capaz de questionar as lideranças políticas do país.ConclusãoTorna-se evidente a importância da Matemática no cotidiano dos alunos, mas os mesmos revelam a existência de um abismo entre a Matemática estudada na sala de aula e a que se usa no dia-a-dia. Portanto aquela velha resposta que a Matemática serve para desenvolver o raciocínio já não consegue persuadir os alunos sobre a importância da disciplina, pois com a globalização e a modernização da mídia o acesso dos alunos à informações, antes de modo restrito, torna-se quase instantâneo.Portanto, mais que uma Matemática usada no cotidiano familiar ou profissional, os alunos precisam de uma Matemática que os ajude na solução dos seus problemas, independentemente de sua natureza.
Nos dias atuais, a principal ferramenta utilizada para auxiliar no pensamento é o computador. Este instrumento foi desenvolvido, basicamente, por engenheiros, físicos e matemáticos. Na primeira metade do século XX, a história das máquinas de computação envolveu estatísticos, físicos e engenheiros elétricos em maior número que matemáticos. Máquinas de calcular de mesa e sistemas de cartões perfurados eram indispensáveis para negócios, bancos e para as ciências sociais. A régua de calcular tornou-se o símbolo do engenheiro; integradores de vários tipos eram usados por físicos, geodesistas e estatísticos. A situação mudou por volta de 1940, devido ao envolvimento de matemáticos no esforço de guerra. Embora a maior parte do esforço viesse de físicos e engenheiros, numerosos matemáticos jovens desempenharam um papel no desenvolvimento do computador eletrônico digital automático. Três desses matemáticos são destaques: John Von Neumann (1903-1957), Norbert Wiener (1894-1964) e Alan Turing (1913-1954).
A sociedade atual tem tratado o computador com extrema importância. Com ele, profissionais como cientistas e engenheiros de computação, programadores, analistas de sistemas, etc. têm ocupado posição de destaque. Todos esses profissionais têm como base disciplinas como lógica, algoritmos, estrutura de dados, matemática discreta, geometria, estatística, etc., e todas estas disciplinas estão fundamentadas na matemática descoberta ao longo dos séculos anteriores.
Um profissional de computação que possui conhecimentos em matemática é capaz de resolver problemas profundos, oferecendo soluções claras, organizadas, criativas e eficientes. As empresas têm buscado cada vez mais profissionais com esse perfil, pois os desafios atuais são maiores e exigem conhecimentos mais sólidos. A geometria é uma grande aliada no processo criativo de um profissional em computação, já que facilita a abstração do mundo real, permitindo que novos modelos sejam criados com muita facilidade e precisão.
No universo dinâmico da era atual, não dá para pensar em viver sem os conhecimentos básicos abordados, principalmente no que se refere aos profissionais da área de computação, sejam eles técnicos ou voltados ao gerenciamento de projetos. Esta base é diferencial para os profissionais que querem alcançar o sucesso, mas também é fundamental para a sobrevivência nos dias atuais, diante da quantidade de informações e dos avanços tecnológicos, que são extremamente rápidos. Pode-se dizer então, que para compreender o mundo contemporâneo, é necessário acompanhá-lo. Para isso a matemática, aliada à computação, tornou-se linguagem imprescindível.
A utilização da Matemática em Geologia decorre, na generalidade das situações, do carácter pluridisciplinar da Geologia. Embora dotada de uma metodologia própria e de uma abordagem histórica dos fenómenos que estuda, a Geologia socorre-se da Física e da Química para a interpretação daqueles fenómenos. Nos primórdios da Geologia – quando o termo ainda nem sequer existia ou não passava de um neologismo – a aplicação da Matemática, por via daquelas ciências exactas (em particular da Física), deu lugar a resultados que os «geólogos», racional e sensatamente, não poderiam aceitar. Um caso paradigmático desta situação foi o da avaliação da idade da Terra. Os fundadores de Geologia tiveram de contornar as determinações bíblicas e, por outro lado, tiveram de contestar certos cálculos baseados em «sólidas» leis da Física. Esta dificuldade de validação da Matemática e da aplicação das ciências ditas exactas em Geologia foi-se esbatendo com o tempo. A Matemática é uma ferramenta crescentemente utilizada em Geologia. Este uso da Matemática em Geologia torna-se particularmente importante a partir de meados deste século, em parte, em resultado de crescente aplicação da Física e da Química à Geologia. As crescentes aplicações tecnológicas da Geologia (ou de uma forma mais geral, a crescente necessidade de quantificação) foram um outro factor determinante do uso da Matemática em Geologia. Mas, nesse uso, a Matemática é meramente um instrumento. É um instrumento de cálculo, mas, cada vez mais, um instrumento de aplicação tecnológica e de investigação, através da elaboração de modelos matemáticos e de simulação. Nestes últimos aspectos, foi particularmente importante a introdução e o incremento explosivo da Informática. Nessas modelações e nessas simulações surgem, já, desenvolvimentos, em que a Matemática deixa de ser, em Geologia, um mero instrumento de quantificação ou de linguagem formal, para se converter num agente de construção do conhecimento.

Referências BibliográficasCORTELLA, Mário Sérgio. A Escola e o Conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. 3ª ed. São Paulo: Cortez/Instituto Paulo Freire, 2000.MEDEIROS, Cleide Farias de. Educação Matemática: Discurso Ideológico que a Sustenta. Dissertação de Mestrado. PUC/SP, São Paulo, 1985.PALIS, Jacob. A importância atual da Matemática. Disponível em: www.jornaldaciência.org.br. Acessado em 27.07.2005.SHIRLEY, Lawrence. Matemática do século XX: o século em breve revista. Disponível em: www.apm.pt/apm/revista/educ60/paraestenumero.pdf., acessado em 27.07.2005.SILVA, Anabela e MARTINS, Susana. Falar de Matemática hoje é. Disponível em: www.ipv.pt/millenium/20.ect5.htm-31k. , acessado em 27.07.2005.SILVEIRA, Maria Rosâni Abreu da Matemática é difícil? Um sentido pré-construído evidenciado na fala dos alunos. Disponível em: www.anped.org.br , acessado em 27.07.2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário